segunda-feira, março 20, 2006

Mudando de assunto (ou não)

AVISO: tendo em conta o tempo que poderão perder a ler este texto, devo avisá-los - sobretudo aos que não me conhecem ou que não andam comigo na faculdade - que este artigo é uma absoluta perda de tempo. Aos outros, façam o que vos apetecer!

Depois de pensar um bocado, cheguei à conclusão de que era demasiado previsível vir aqui escrever qualquer coisa acerca da viagem de finalistas que eu e os meus amigos - e novos amigos - fizemos. Essas coisas, são difíceis de se traduzirem em palavras e, portanto, mais vale não dizer nada do que dizer muita coisa insuficiente e medíocre. Uma única coisa posso dizer porque é, sem mais, completa: o meu objectivo da viagem foi cumprido! Eu achava que um evento deste género era a melhor forma de se conhecer as pessoas com quem há muitos anos se convivia de perto mas de quem se estava, de facto, longe. É verdade! Conheci, de facto, muitas pessoas de uma forma mais próxima e, sobretudo, com todas tive agradáveis surpresas! Todas as pessoas da nossa faculdade são fantásticas! Se ao menos eu soubesse isso desde início e tivesse desde logo perdido - ou melhor, dispendido - mais tempo com elas todas... Uma de cada vez.
Mas, como sugere o título do artigo, mudando de assunto...

Como estes artigos são escritos na hora, acabei agora de alterar o título do mesmo acrescentando "(ou não)". PORRA!! É inevitável falar desta viagem! Foi só levantar um bocado do véu e agora não consigo parar de pensar em mais nada a não ser na viagem! AVISO: este artigo vai ser óptimo e terrível para as várias pessoas que o lerem: óptimo para os que foram recordarem e para os que não foram saberem um bocado do que se passou; terrível para os que não foram, porque vão arrepender-se até ao fim das vossas vidas!

LA HABANA!
Na chegada a minha desorientação bateu um fantástico recorde de uns seguros, 300%. Nunca me senti tão desorientado na vida! O primeiro factor deveu-se à redução da minha capacidade auditiva para cerca de 75%. Passo a explicar. Tendo toda a gente 100% de capacidade auditiva (50% num ouvido e 50% noutro), se a capacidade do ouvido, no caso, direito, reduz para metade, fica-se com 75%. Pois foi isso que me aconteceu. E porquê? Porque a quando da descida do avião eu estava demasiado enjoado para abrir a boca e ajudar na descompressão da cavidade auricular. Sempre que tentava abrir a boca, dava-me vontade de regurgitar. Felizmente o ouvido esquerdo não necessitou desse exercício para descomprimir. De salientar que o enjoo nada teve a ver com aquele ter sido o meu vôo inaugural. Teve, sim, tudo a ver com a excitação!
Outro factor que me desorientou foi o facto de termos entrado no avião com 11 graus, em Madrid e, ao abrirem as portas em La Habana, encararmos com uns fantásticos 27 graus à sombra!
Por último, a desorientação foi insuportável quando olhei e me vi em Cuba... Era ver aquilo que eu imaginava que seria. Sem qualquer surpresa. Todavia, ver-me lá! Não vi nada diferente daquilo que estava à espera de ver mas, nunca me imaginei a ver aquilo "ao vivo"! É uma sensação indescritível, para aqueles a quem estas coisas tocam lá no fundo. Eu sou desses. Para bem ou para mal, sou desses.
Dado que a passagem pela capital ia ser rápida, não começou ainda o fenómeno de aproximação das pessoas. Lá tudo se baseou em andar a correr de uma lado para outro a conhecer aquela cidade estranha em que (quase) tudo se resume a uma coisa: “Tudo certo, vocês têm aqui umas construções bonitas! Mas já ouviram falar em obras? Contrato de empreitada diz-vos alguma coisa? É que as coisas não duram para sempre, sabem? De quando em vez é preciso fazer alguma coisa pelas coisas!” Sobretudo gostei do caso concreto dos esgotos. Um esgoto ao fim de uns anos entope. Tudo normal até aqui. Depois de entupir começa a transbordar por um qualquer lado, como por exemplo pelas tampas de saneamento nos passeios. Tudo normal até aqui também. Ora é nesta altura em que entram determinadas pessoas para resolver o problema! Normalmente... Pelo menos em todos os outros sítios em que já estive – ainda que não tenham sido assim tantos. Ora em Cuba, ou pelo menos em La Habana, têm uma forma muito própria de olhar para os problemas: não se faz nada! O problema é posto da seguinte forma:
“ - O esgoto entupiu!
- É normal!
- Ninguém fez nada!
- Está a começar a sair pela tampa do saneamento!
- É normal!
- Ninguém fez nada!
- Está a cheirar mal porque já anda por cima dos passeios!
- É normal!
- Ninguém fez nada!
- Certo!
- Próximo problema!” E lá vão vivendo!
Para além disto, como já referi, a visita à capital baseou-se em conhecer as coisas que se devem conhecer: edifícios, locais, estátuas, monumentos, etc.
Á noite... Digamos que La Habana é um bordel! Não há como eufemizar isto! É a verdade tal e qual. Encontra-se proxenetas e prostitutas aos molhos! Tendo em conta que este negócio se dirige sobretudo a turistas, optámos por, na segunda noite, ir a um local frequentado só por cubanos. Tudo bem, tirando a forma como eles olhavam para nós do género: “o que raio estão estes gajos aqui a fazer?!?!”
De resto mais nada há a dizer. Os pormenores ficam só para quem foi.

VARADERO!
Tudo começa com uma viagem de duas horas entre a capital e esta estância turística. Foi uma boa ideia, de quem organizou a viagem, escolher dois sítios a visitar. Primeiro, porque permitiu conhecer coisas que devem ser conhecidas. Segundo, porque também permitiu conhecer um local de descanso - ainda que apenas teórico – e com praias - e sobretudo por isso - que não se vêem aqui nas terras do velho continente. De qualquer forma, porque não havia, basicamente, nada que fazer, foi a altura ideal em que toda gente, inevitavelmente, começou a conhecer-se melhor.
Não sei se toda a gente sentiu as coisas da mesma forma como eu, mas é um facto que vi muita gente a conversar com muitas gente que habitualmente não via na faculdade. De qualquer forma, não sei se o intuito era o mesmo que o meu, ou se ficava pelas meras conversas de ocasião. Mas parece-me que não. Isto porque vi alguns abraços... E abraços, no meu ponto de vista, não se dão a qualquer pessoa. Portanto, houve muitas coisas que floresceram por ali! Ainda bem! Todavia, tenho que fazer a ressalva desta minha interpretação... Porque também lá aprendi que não sou dos melhores interpretadores de sinais. Mas isto são contas de outro rosário!
O dia-a-dia? Levantar. Desayuno. Playa. Piscina. Cena. Fun Club.
Na antevéspera da nossa saída, a maior parte do pessoal foi dar um passeiozito de Catamaran até uma ilhota – Cayo Blanco. Não há grande coisa que dizer acerca disto. Barco, água, corais, ilha linda, regresso. O normal por aquelas terras.
Nessa noite de salientar uma coisa. Aliás, várias! A primeira bronca por causa de umas fotos. Conversas sérias. Caras sérias. Assuntos sérios. Consequências de um melhor conhecimento das outras pessoas. Coisas humanas, no fundo, que não podiam faltar. Mas que, felizmente ou não, não deixaram marcas para o dia seguinte e ainda hoje quando voltámos a estar juntos, pude confirmar que está tudo bem. Fantásticas as pessoas com quem convivemos e que melhor conhecemos naquela semana...

Assim vale a pena viajar! Daí que, sem mostrar insensibilidade para aqueles que deixei cá, possa afirmar com toda a certeza que naquela semana não tive qualquer saudade dos que ficaram na Europa. Aquela semana serviu, pelo contrário, para ficar com saudades daqueles com quem estive lá. Criou-se o hábito de estar (quase) 24 horas com determinadas pessoas. E deixar de estar tanto tempo com elas, torna-se difícil... Mas isto vai acabar por passar. Aliás, tem que passar! Porque aquilo não é a vida normal. A vida normal é esta fantástica vida rotineira que nos vai acompanhar até morrer!
Assim, acho que a seguinte afirmação mostra a minha opinião geral acerca da viagem, e serve, pois, de conclusão: com as mesmas pessoas (ou mais algumas que fizeram a sua falta) arrancava neste preciso momento de novo para Cuba ou qualquer outra parte do Mundo independentemente do cansaço físico e intelectual que estou a sentir! Boa gente aquela da FDUP! Sou um gajo de sorte! Aterrei no aeroporto certo.
Algumas coisas que tinha pensado acabaram por ficar por dizer, mas sabem como é, a idade vai passando...

Pois é... Pelos vistos sou demasiado previsível e continuo a ir contra a minha ideia do blog! Genial!

2 comentários:

Contra_producente disse...

que é como quem diz, pinaste forte e feio e agora sentes aquele vazio estranho;)

Dse7e disse...

só para dizer que não...nem de longe nem de perto se copulou em cuba... abraço!

p.s.: eu tentei comentar no teu blog mas dava erro... vou por link no meu. fica bem